Em nenhum lugar do Brasil a fiscalização do poder público rendeu tantas cassações. Januária, cidade no norte de Minas Gerais, à beira do Rio São Francisco, pode assistir à derrocada de seu sétimo chefe do Executivo em apenas cinco anos.Maurílio Arruda (PTC) é a bola da vez. Eleito há seis meses, ele caiu em desgraça entre os vereadores da cidade quando disse que governaria por decreto. A Câmara se rebelou. Quando veio a primeira denúncia, dia 15 de junho, os vereadores acolheram e instalaram uma comissão de imediato.O mentor da denúncia é Fábio Oliva, presidente da Associação dos Amigos de Januária (Asajan), ONG ligada a uma das principais redes de combate à corrupção do Brasil, a Amarribo.O documento elaborado por Oliva acusa o prefeito de não informar à Câmara a prestação de contas do ano passado. O prazo, de acordo com a Lei Orgânica do Município, era dia 15 de abril. Estourou.Para complementar,o prefeito não teria respondido a requerimentos de informação da Casa. Um, em especial, buscava saber mais informações sobre os gastos da prefeitura com o carnaval.Arruda teria vendido ingressos sem numeração para o evento, o que causou indignação entre os moradores, que não puderam fiscalizar a receita da festa para o município. "E esse prefeito era a esperança da cidade", contou Fábio Oliva.Esperança porque, ao contrário dos anteriores, que tinham pouca ou nenhuma instrução, Arruda é formado em direito no exterior. "Mas os caras não aguentam o nosso tranco, porque a gente faz tudo muito bem documentado", explicou Oliva.O script das cassações em Januária é sempre o mesmo. Oliva e sua ONG angariam informações para apresentar denúncias embasadas para o Ministério Público, que leva seu trabalho a sério.Em 2004 caíram por improbidade administrativa Josefino Lopes (PV), João Ferreira Lima (PSDB), Manoel Ferreira Neto (PP) e Valdir Pimenta Ramos (PSDB). Quatro prefeitos em um ano.Em 2005, João Ferreira Lima voltou ao cargo, mas acabou sucedido por Silvio Aguiar (PMDB) e Antonio Carneiro da Cunha (PSB). Para fechar o ano, Silvio Aguiar retornou à prefeitura para encerrar aquele mandato que começou lá atrás com Josefino Lopes, o primeiro cassado."O sistema de administração pública brasileiro é feito para o cara roubar", lamenta Oliva. "E o grande problema disso tudo é a impunidade. Nada do que eles roubaram foi devolvido ao município."Januária tem 100 mil habitantes, cerca de 50 mil eleitores e muita frustração. A cidade já ficou marcada como terra da corrupção. Oliva defende seu trabalho. "Não é a cidade que é corrupta demais. É a gente que fiscaliza bem demais."O prefeito Maurílio Arruda não respondeu ao pedido de entrevista. Seu assessor garante que a prestação de contas foi entregue ao Tribunal de Contas do Estado e tem um parecer favorável. Alega que há perseguição política para derrubá-lo do cargo. "É tudo picuinha", afirmou.
Fonte: "O Estado de São Paulo" e "Blog do Ronco"
Os vereadores devem trabalhar para fazer valer o salário que pagamos.O salário sai do dinheiro do povo ,chega de achar que dinheiro público não tem dono.O dono somos nós,devemos zelar por ele.Aliás alquém sabe onde são divulgadas as licitações para a livre concorrência,algum vereador pode me dizer,pois não consigo achar nada em lugar nenhum.Será que está sendo entregue em nossa cidade? A concorrência é justa?
ResponderExcluirNossa no Brasil acontece isso,seria engraçado se não fosse verdade e o próprio senado que teria que fiscalizar está dando péssimo exemplo,aliás o senado e a câmara de nossa cidade estão ficando bem parecidas.Temos que usar o exemplo de Jánuaria.Vamos fiscalizar,até o fim,buscar e apresentar as denuncias ,devemos por a não na massa,o executivo é para o povo.Nada de deixar denuncia em gavetas.
ResponderExcluirO que finaliza essa história é fato comprovado. As estatísticas dos índices de corrupção apenas questionam o nosso sistema representativo, pois são registrados apenas os casos onde há um vigilância e um controle efetivo do trabalho nossos representantes. Por isso é que não podemos deixar NUNCA!!! de fazer a nossa parte, a constituição de 88 nos garantiu o direito de cobrar e atuar ativamente nos trabalhos dos nossos gestores públicos, começando pela cobrança das prestações de contas, participando das sessões da câmar, marcando nossa presença! Mostrando que estamos sim interessados nas decisões que serão tomadas para a nossa cidade!!!
ResponderExcluirLiana Morisco
Esse é um trabalho do bravo Fábio Oliva da Asajan(Amigos Associados de Januária)- Minas Gerais. Esse cidadão, com a ajuda de uma parcela da população está moralizando a cidade onde vivem. Com esse trabalho, mais moradores se juntaram àqueles que derrubaram todos esses administradores que de uma forma ou de outra, praticaram improbidade administrativa. Que sirva de exemplo para as demais cidades. É claro que para o Fábio Oliva não tem sido fácil a sua vida particular, pois já recebeu diversas ameaças, mas nunca abandonou seu objetivo, o de livrar Januária da CORRUPÇÃO. Um dos mais respeitados jornalista do país, Marcelo Beraba( Folha de São Paulo e atualmente no jornal O Estado de São Paulo), disse que Fábio se tornou uma referência para ele Marcelo, pela sua bravura pela sua coragem e pelo espiríto de cidadania. Tem muitos Fábios esparramados por esse país, em Analândia, com certeza, também tem o seu. Pense nisso, caro cidadão! Não vamos nos acovardar com ameaças e pressões. Nós contribuintes, é que temos que precioná-los. São eles que têm que ter medo de nós, população, não vamos enverter os papéis. Os vereadores e prefeitos são EMPREGADOS da população. Avante Analândia!!! Não permitam que picaretas e Corruptos tomem conta da cidade(NUNCA). Prestigiem os bons, aqueles cujos objetivos vão de encontro com os anseios de toda a sociedade honesta de Analândia. Tem muita gente boa na cidade querendo ver o município prosperar. A CORRUPÇÃO acaba com os sonhos de uma sociedade justa.
ResponderExcluirAbraços
Ronco