Ex-prefeito é investigado por suspeita de coagir testemunha
Beto Perin estaria orientando testemunha a inocentar seu irmão no caso da morte de vereador
21/12/2010 - 18:32
EPTV
A polícia abriu um novo inquérito para apurar denúncias de que o ex-prefeito de Analândia, José Roberto Perin, teria orientado uma testemunha da morte do vereador Evaldo Nalim. Em uma gravação feita com a autorização do Ministério Público aparece uma voz atribuída ao ex-prefeito em que ele orienta a testemunha a inocentar o seu irmão, Luiz Perin, suspeito de ser o mandante do assassinato de Nalim.
Morte
O vereador foi morto com sete tiros em sua casa por dois homens que usavam capacetes para esconder os rostos, na noite de 9 de outubro. O político vinha recebendo ameaças. Em um discurso gravado durante uma sessão da Câmara de Vereadores, a vítima diz que uma das ameaças foi feita pelo ex-prefeito da cidade e atual chefe de gabinete, José Roberto Perin.
Na gravação, o vereador Evaldo Nalim acusa Perin de perseguí-lo. “Está me ameaçando. Tendo em vista as perseguições que ele está fazendo com relação a minha pessoa, tentando me transferir de Analândia”, dizia um trecho. Perin negou todas as acusações.
Nalim tinha um pedido de transferência feito pela prefeitura ao delegado seccional de Rio Claro. O vereador, que estava no primeiro mandato, questionou a prestação de contas da prefeitura, em 2008. Ele pedia à presidência da Câmara que as contas passassem por auditoria, além de investigar outros indícios de irregularidades.
Prisão
No dia 10 de novembro, a polícia prendeu Luiz Carlos Perin, conhecido como Chiba, por suspeita de coagir testemunhas do caso. Ele é irmão do ex-prefeito José Roberto Perin.
De acordo com a polícia, Luiz já era um dos suspeitos de envolvimento no crime. Dois dias antes do homicídio, ele foi visto em um posto de combustíveis entregando um pacote a dois motoqueiros.
Na ocasião, o acusado foi levado para a cadeia de Rio Claro.
Reconstituição
A polícia fez a reconstituição da morte de Nalim. Foram refeitos os passos dos suspeitos de matar o vereador. Dois policiais representaram os supostos assassinos.
Foi reproduzido o momento em que os bandidos invadiram a casa, com os rostos cobertos por capacetes e diante da mulher do vereador, dispararam contra ele. A viúva que também participou da reconstituição, contou em detalhes o que viu e ouviu enquanto o marido era executado.
De acordo com a investigação, os criminosos estiveram em uma praça da cidade cinco dias antes do crime, a poucos metros da casa de Nalin. Na ocasião eles foram abordados por um policial militar, que checou os documentos da dupla. Como não havia nada de errado liberou os suspeitos, mas os nomes deles ficaram registrados, o que ajudou a Polícia Civil na identificação.
Um dos homens que, supostamente atirou no vereador, está preso na Penitenciária de Itirapina. O outro suspeito já foi identificado, mas está foragido.