Matéria sobre corrupção em Januária representa Brasil em prêmio internacional
Reportagem publicada em março de 2007 mostrou o sofrimento de moradores das proximidades de Tejuco, zona rural de Januária, que passam sede enquanto fazendeiros dão água de poços perfurados com dinheiro público a seus animais.
Jornalista investigativo Fábio Oliva
Entre muitas matérias inscritas, somente cinco foram escolhidas para representar o Brasil na edição 2007/2008 do Prêmio Ipys para a melhor investigação jornalística de um caso de corrupção na America Latina e Caribe. Uma das reportagens escolhidas para representar o país foi publicada sob o título ?População passa sede à beira de poços públicos?, de autoria do jornalista investigativo Fábio Oliva, editor da Folha do Norte, jornal que circula em Januária e outros municípios do Norte de Minas. A reportagem publicada em março de 2007 mostrou o sofrimento de moradores das proximidades de Tejuco, zona rural de Januária, que passam sede enquanto fazendeiros dão água de poços perfurados com dinheiro público a seus animais. O drama da falta de água enfrentado pelos moradores foi usado como pretexto para a perfuração de vários poços tubulares em fazendas de políticos, mas ainda hoje eles precisam percorrer até sete quilômetros para ter água.
O Prêmio Ipys é uma iniciativa da Transparency International, organização que lidera mundialmente a luta anti-corrupção, através de seus colaboradores na América Latina e no Caribe (TILAC), e do Instituto Prensa y Sociedad (IPYS), prestigiada sociedade de jornalistas latino-americanos independentes com sede em Lima, no Peru. O projeto é também apoiado pelo Open Society Institute, com sede em Nova York, que aporta os fundos para o prêmio, que visa estimular o jornalismo investigativo.
De acordo com as organizações envolvidas, o jornalismo latino-americano tem contribuído para o conhecimento de importantes processos de corrupção nos países da região, onde o aproveitamento privado dos recursos públicos continua sendo um fenômeno crescente, de acordo com os estudos especializados.
Em que pese o prestígio de que goza, o jornalismo de investigação não é suficientemente incentivado, dizem as organizações. Elas reconhecem que pelos objetivos a que se propõe, o jornalismo investigativo pode requerer tempo e recursos que não estão disponíveis, e às vezes o profissional sofre pressões ou perigos gerados por interesses contrários.
Por isso, as instituições organizadoras do Prêmio Ipys decidiram se associar para trazer um estímulo importante ao jornalismo que investiga a corrupção com níveis de excelência, e que são acompanhadas de um júri de altíssima qualidade. Este estímulo consiste em um prêmio anual de 25 mil dólares para a melhor investigação sobre corrupção divulgada em um órgão latino-americano, e dois reconhecimentos especiais de 5 mil dólares cada um, destinados a pesquisas especialmente meritórias.
O júri é formado por Tina Rosenberg, editorialista do The New York Times; Michael Reid, editor da seção das Américas da revista The Economist; Marcelo Beraba, ex-ombudsman da Folha de S. Paulo, atualmente editor do jornal Estado de São Paulo; Gustavo Gorriti, membro do Ipys dol Consórcio Internacional para El Periodismo de Investigación (ICIJ); e Gerado Reyes, advogado e jornalista colombiano que trabalha no El Nuevo Herald de Miami (EUA) cobrindo assuntos de narcotráfico e corrupção na América Latica.
Os cinco jornalistas investigativos brasileiros que tiveram reportagens selecionadas para representar o país na edição 2007/2008 do Prêmio Ipys foram: Thiago Prado, do jornal O Dia, do Rio de Janeiro com a reportagem ?Vergonha da Tropa?; Fabio Oliva, da Folha do Norte, de Januária (MG), com a reportagem ?População passa sede à beira de poços públicos?; Fábio Vasconcellos, do jornal O Globo (RJ), com a reportagem ?Os brasileiros que ainda vivem na ditadura?; José Casado, com a reportagem ?Mordomias, os males do Brasil são as regalias dos poderes da república?; e Lúcio Vaz, do Correio Braziliense, vencedor do prêmio com a reportagem ?Acerto de Contas, financiamento eleitoral no Brasil?. A reportagem de Lúcio Vaz fez um extenso cruzamento do banco de dados de financiamento a candidatos nas eleições de 2006 no Brasil. A matéria mostrou que foram mais de 20 mil candidatos, os quais movimentaram 1,5 bilhão de reais (1 bilhão de dólares) em suas campanhas, e concluiu que 500 milhões de reais saíram dos cofres de um grupo de 200 doares, permitindo traçar um mapa dos verdadeiros donos do poder no Brasil.
O Prêmio Ipys é uma iniciativa da Transparency International, organização que lidera mundialmente a luta anti-corrupção, através de seus colaboradores na América Latina e no Caribe (TILAC), e do Instituto Prensa y Sociedad (IPYS), prestigiada sociedade de jornalistas latino-americanos independentes com sede em Lima, no Peru. O projeto é também apoiado pelo Open Society Institute, com sede em Nova York, que aporta os fundos para o prêmio, que visa estimular o jornalismo investigativo.
De acordo com as organizações envolvidas, o jornalismo latino-americano tem contribuído para o conhecimento de importantes processos de corrupção nos países da região, onde o aproveitamento privado dos recursos públicos continua sendo um fenômeno crescente, de acordo com os estudos especializados.
Em que pese o prestígio de que goza, o jornalismo de investigação não é suficientemente incentivado, dizem as organizações. Elas reconhecem que pelos objetivos a que se propõe, o jornalismo investigativo pode requerer tempo e recursos que não estão disponíveis, e às vezes o profissional sofre pressões ou perigos gerados por interesses contrários.
Por isso, as instituições organizadoras do Prêmio Ipys decidiram se associar para trazer um estímulo importante ao jornalismo que investiga a corrupção com níveis de excelência, e que são acompanhadas de um júri de altíssima qualidade. Este estímulo consiste em um prêmio anual de 25 mil dólares para a melhor investigação sobre corrupção divulgada em um órgão latino-americano, e dois reconhecimentos especiais de 5 mil dólares cada um, destinados a pesquisas especialmente meritórias.
O júri é formado por Tina Rosenberg, editorialista do The New York Times; Michael Reid, editor da seção das Américas da revista The Economist; Marcelo Beraba, ex-ombudsman da Folha de S. Paulo, atualmente editor do jornal Estado de São Paulo; Gustavo Gorriti, membro do Ipys dol Consórcio Internacional para El Periodismo de Investigación (ICIJ); e Gerado Reyes, advogado e jornalista colombiano que trabalha no El Nuevo Herald de Miami (EUA) cobrindo assuntos de narcotráfico e corrupção na América Latica.
Os cinco jornalistas investigativos brasileiros que tiveram reportagens selecionadas para representar o país na edição 2007/2008 do Prêmio Ipys foram: Thiago Prado, do jornal O Dia, do Rio de Janeiro com a reportagem ?Vergonha da Tropa?; Fabio Oliva, da Folha do Norte, de Januária (MG), com a reportagem ?População passa sede à beira de poços públicos?; Fábio Vasconcellos, do jornal O Globo (RJ), com a reportagem ?Os brasileiros que ainda vivem na ditadura?; José Casado, com a reportagem ?Mordomias, os males do Brasil são as regalias dos poderes da república?; e Lúcio Vaz, do Correio Braziliense, vencedor do prêmio com a reportagem ?Acerto de Contas, financiamento eleitoral no Brasil?. A reportagem de Lúcio Vaz fez um extenso cruzamento do banco de dados de financiamento a candidatos nas eleições de 2006 no Brasil. A matéria mostrou que foram mais de 20 mil candidatos, os quais movimentaram 1,5 bilhão de reais (1 bilhão de dólares) em suas campanhas, e concluiu que 500 milhões de reais saíram dos cofres de um grupo de 200 doares, permitindo traçar um mapa dos verdadeiros donos do poder no Brasil.