segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quanto vale o seu voto?

Em 2006, eu morava numa cidadezinha minúscula da fronteira Brasil-Bolivia, em Rondônia, e transferi meu titulo para participar das eleições municipais daquela cidade. No dia de ir às urnas, encontrei uma conhecida, moradora da cidade, andando pela zona eleitoral como uma barata tonta. Perguntei se ela já havia votado e ela respondeu que sim, “há muito tempo”, e que a zona dela nem era aquela. Estava ali só encenando uma dúvida cruel sobre em qual candidato votar. “Três pessoas já me abordaram. Ganhei R$ 150 já”, cochichou, enquanto mostrava três rolinhos de notas amarelas.

Há muito se discute sobre a forma de fazer campanha. Hoje a Justiça Eleitoral já avançou muito no combate a compra de votos. Não faz muito tempo se via de tudo. Brindes, cestas básicas e uma infinidade de presentes ao eleitorado. Acontece que o povo ficou mal acostumado com o tempo do vale-tudo eleitoral e continua vendo seu voto como moeda de troca.

Na noite de ontem, durante uma caminhada que João da Costa realizou pelo bairro da Mustardinha, na zona norte, um morador me puxou pelo braço e me indagou, pensando talvez que eu trabalhasse na campanha do PT: “Cadê o dinheiro? Se ele me der cem eu voto nele”. Mais adiante, depois de ser cumprimentada pelo candidato, a feirante Maria da Conceição Vieira Mendes, 37, afirmou: “Meu voto é dele porque João Paulo fez muito pela minha mãe. Ele deu o material de construção pra ela terminar a casinha dela”.

Infelizmente, a maioria da população, principalmente essa parcela que só é lembrada entre os meses de julho e outubro de anos pares, não está preocupada com o que os candidatos podem fazer pelo coletivo. Talvez por não ter mais esperança, já que vai e vem eleição e suas comunidades não sofrem grandes avanços, as pessoas estão cada dia mais preocupadas com o que cada uma pode ganhar em troca. Aí vale qualquer tijolinho, qualquer saco de arroz…

O voto nunca esteve tão barato.

Fonte: Blog Acerto de Contas

3 comentários:

  1. vendo meu voto...
    Este ano como em todos os outros, coloquei meu voto à venda. Vai receber o meu “confirma” quem oferecer mais. E, atenção candidatos, o preço do meu voto é alto. E a moeda de troca tem valor. Mas é pouco comum.

    Ofereçam a mim projetos exeqüíveis e de alto interesse popular. Troco o meu voto por dedicação à coletividade, honestidade e consciência da importância do cargo.

    Meu voto custará ao candidato um volume intenso de compromisso e coerência política. Só confirmarei na urna eletrônica aqueles que estiverem preparados para a gestão política.

    Ah! E para aqueles que realizaram alianças espúrias, um recado: não adianta oferecer nada. Não levarei em conta propostas de candidato com passado sujo nem de candidatos que se juntaram com ficha suja.

    Meus amigos já sugeriram que eu desistisse. Não haveria, nem haverá, conforme eles, muitos candidatos com “poder de compra”. Dei de ombro. Não há muitos, é verdade. Mas há. Não tenho dúvidas. Toda regra comporta exceção.

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  2. Achar que somente as pessoas mais simples....são as que vendem seu voto...é se enganar redondamente....Tivemos na eleição passada....varios cidadãos que declinaram seus votos...simplesmente porque o candidato ....era seu parente.... e nunca fez nada para a cidade....Isso demonstra a o total desconhecimento do valor do voto.

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