Agressão ao CQC em Analândia gera polêmica

Polícia Militar é acusada falsamente de violência contra programa de televisão

Por Marina Formaglio

Nessa última quinta-feira, 1º de julho, a equipe do programa “Custe o que custar” (CQC) veio para Analândia para gravar um de seus quadros de maior destaque: o “Proteste já”. A intenção era denunciar o problema no tratamento de esgoto que continuou a poluir o rio Corumbataí . Enquanto eram gravadas as cenas diretamente no local da denúncia, correu tudo bem. A polêmica surgiu algumas horas depois, por volta das 13h30 ao começar a manifestação em frente à prefeitura municipal.

Quem assiste ao programa, já sabe como funciona o quadro. Primeiro é apresentado o problema, depois é cobrada uma atitude das autoridades públicas para que ele seja resolvido. Porém a situação fugiu ao controle da produção quando começaram as agressões verbais e físicas por parte dos funcionários da prefeitura.

No mesmo dia, a imprensa publicou notícias de que quem agrediu a equipe do CQC foi a Polícia Militar, tendo como fonte a prefeitura de Analândia. O sargento André Marquezeli diz que se sentiu grato pela rede Bandeirantes e pelo próprio repórter Danilo Gentili terem negado publicamente as acusações. Ainda acrescenta que vai cobrar pessoalmente uma satisfação das pessoas que culparam a PM. “Além disso, dependendo de decisões superiores, podemos entrar com um processo por difamação”, afirma o sargento.

Marquezeli diz que a polícia recebeu uma ligação com a denúncia de que estava havendo um tumulto em frente à prefeitura, então foi até o local para averiguar o que estava ocorrendo. Ao chegar lá, André encontrou uma manifestação “barulhenta”, como ele mesmo disse, porém pacífica. Ele fala que apenas permaneceram no lugar para cumprir com o seu dever, que é garantir a segurança, “eu me vejo como um negociador da paz, fico presente para agir como um intermediário entre as partes discordantes”.

Sobre como se iniciou a briga, ele diz não ter visto exatamente como aconteceu, por não estar tão próximo do repórter Danilo Gentili enquanto entrevistava o ex-prefeito e atual chefe de gabinete, Beto Perin, protagonistas do incidente. Mas acha que pode ter começado no momento em que uma funcionária aparece dando um tapa na câmera de um membro da ONG Amasa e logo em seguida tenta interromper a gravação da equipe do CQC. “Depois disso só vi o tumulto, foi quando entramos em ação para separar as partes”.

Assim que a equipe saiu, foram fechadas as portas da prefeitura. Em seguida foi colocada uma placa alegando que tal atitude foi tomada para evitar uma invasão da ONG junto ao CQC. Termo questionado pelo próprio repórter, já que se trata de um prédio público e por isso de livre acesso a todos. Sendo assim incoerente o uso da palavra “invasão”.

“Não sei se isso é legal ou não, não tenho conhecimento das leis que regem esse âmbito da política, estava lá apenas para manter a paz”, comenta o sargento Marquizeli ante ao ato da prefeitura de fechar as suas portas. “Se cada um tomasse conta de suas responsabilidades, o mundo giraria muito melhor”.

Mais atos de violência de figuras públicas

Esta não foi a primeira vez que foram feitas denúncias contra algum membro da prefeitura por agressão, nem de tentativa de responsabilizar a Polícia Militar por seus crimes. Há menos de um mês uma cidadã de Analândia foi agredida verbalmente durante uma sessão na câmara dos vereadores, e policiais precisaram entrar novamente em ação para acalmar os ânimos. Porém foram publicadas em jornais da região notícias de que a PM foi negligente e que, além de não tomar nenhuma atitude, ainda foi a agressora.

Nessa ocasião, o sargento Marquezeli veio procurar o blog Unidos por Analândia para fazer uma retificação do ocorrido.

Além disso, a prefeitura municipal de Analândia já foi condenada a pagar indenizações por atos de violência do ex-prefeito Beto Perin. Uma delas foi para o ex-funcionário Valter Luiz de Oliveira, que recebeu uma quantia no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais), existem mais casos julgados e condenados a pagar indenizações.