Analândia está doente ? Será que é só Analândia ?

Analândia está doente, de acordo com o diagnóstico feito pelo Promotor de Justiça Fernando Masseli Helene, em entrevista a jornal da região. Mas esse diagnóstico chega com mais de uma década de atraso. O movimento social que luta pela ética na política e pela promoção da probidade administrativa que surgiu em Analândia é uma reação a essa doença chamada corrupção que se alastra pela cidade. A atuação efetiva do Ministério Público, do Poder Judiciário e da Polícia Federal são os únicos remédios para essa doença. Mas, até agora, o povo tem clamado em vão por Justiça. O remédio que ainda não chegou.

Há 14 anos está parado no Ministério Público, em Itirapina, o processo que averigua o pagamento de 120 mil reais por um show da banda Gera Samba, que nunca houve. Isso gera a sensação de impunidade e serve de estímulo para que mais e mais casos de desvio e malversação de recursos públicos aconteçam. Os cidadãos têm feito a sua parte. Têm reunido e encaminhado provas ao Ministério Público. Mas nada acontece. E isso alimenta outra lenda urbana, divulgada aos quatro ventos por alguns detentores do poder, de que são intocáveis e compram juízes e promotores. Claro que isso não é verdade, mas para o cidadão comum, leigo em quase tudo, é como se fosse verdade.

Quer um exemplo: o Ministério Público informou que o processo relativo ao show “fantasma” estava parado porque não conseguia localizar o endereço dos supostos donos da Dullan, empresa que deveria ter promovido o evento com a banda Gera Samba. Em cerca de duas horas de trabalho de investigação, cidadãos analandenses foram a Ribeirão Preto e conseguiram localizar os endereços residencial e comercial dos supostos donos da Dullan, fotografando-os e enviando todo o material ao MP. Desde então já se passaram cerca de três meses, e nada aconteceu.

Este é apenas mais um exemplo absurdo de impunidade. E impunidade, como sabemos, é o alimento predileto de políticos inescrupulosos, que não pensam em lançar mão dos recursos públicos para construir casas suntuosas, ao mesmo tempo em que transformaram a nossa linda Analândia na pior cidade do Estado de São Paulo no quesito ambiental, somente à frente de 12 cidades. É por isso que a cidade de Analândia, com a maior receita per capita da região, em torno de 4 mil reais por habitante, não consegue corresponder às expectativas da população. Não há emprego. Não há qualidade de vida. Sobra perseguição.

Analândia não precisa mais de conversa fiada. Precisa de Justiça. Precisa que as autoridades competentes façam valer as leis que estão aí. Todos os dias a imprensa noticia a prisão de um político corrupto, por ação do Ministério Público ou da Polícia Federal. Em Analândia eles andam soltos como, ameaçando ostensivamente as pessoas e fazendo churrascos monumentais para comemorar cada pilhagem. E parte considerável dos Vereadores locupleta-se dos recursos públicos que lhe são destinados na forma de salários, sem desempenhar o papel que lhe cabe. Pagos para fiscalizar, se omitem e até blindam as rapinagens. Não demonstram qualquer medo do julgamento popular. Afinal, não recebem votos dos eleitores analandenses. São eleitos com os votos de “fantasmas” que a Justiça Eleitoral insiste em não enxergar, apesar de não ser crível que em alguns endereços de Analândia haja 50, 60 e até mais eleitores cadastrados.

Uma cidade com orçamento girando em torno de 18 milhões de reais por ano é o cenário perfeito para atuação de políticos corruptos. E eles continuaram agindo com toda a sua falta de escrúpulos, se continuarmos sem qualquer postura mais rígida da nossa Câmara de Vereadores e do Ministério Público.

Por muitos anos o povo analandense tentou mostrar às autoridades a situação de desgraça em que se encontra o município. A Rede Bandeirantes exibiu a situação em 15 minutos. Ficou claro que a cidade é administrada por um chacal. O programa CQC mostrou que há verdadeiro doente mental na direção da cidade. Capaz até de chegar ao cúmulo de agredir uma equipe de reportagem, por ter flagrado suas mazelas. O fato é que, ao contrário da equipe de TV, que foi agredida apenas uma vez, o povo de Analândia até já se acostumou a vivenciar e sofrer diuturnamente estas agressões. E a se calar. Reclamar para quê? O Ministério Público, que deveria, agir, não age.

O resumo da ópera é que o programa CQC conseguiu mostrar em rede nacional que Analândia está descontrolada. Todo o Brasil assistiu àquilo que a Justiça, em especial a Eleitoral, não consegue ou não quer enxergar.

Pedimos providências. E providências URGENTES!!!

Será que dessa vez alguém, além da Rede Bandeirantes de Televisão, nos ouvirá??? Será que as autoridades responsáveis darão um basta nas impunidades de uma vez por todas??? Ou continuarão caladas, adiando o inevitável???

Aguardamos soluções e respostas!!!