Matéria do Jornal Cidade de Rio Claro sobre a Prisão do irmão do ex-prefeito Beto Perin de Analândia

CERCO FECHADO - Os delegados Roberto José Daher e Marcos Garcia Fuentes concedem entrevista coletiva após a prisão do suspeito de ser o mandante do assassinato em Analândia

L.C.P., DE ACORDO COM A VERSÃO DAS AUTORIDADES, ESTARIA ATRAPALHANDO AS INVESTIGAÇÕES. A POLÍCIA DIZ QUE ELE INTIMIDAVA AS TESTEMUNHAS

Sidney Navas

O cerco está se fechando. Com a prisão do professor de educação física L.C.P. na tarde de terça-feira, a Polícia Civil de Rio Claro espera esclarecer o assassinato do vereador Evaldo José Nalin, executado a tiros na noite de 9 de outubro, em Analândia.

L.C.P., de acordo com a versão apresentada pelas autoridades, é suspeito de ser o mandante do crime. Logo após a prisão, o delegado seccional Roberto José Daher reuniu a imprensa em seu gabinete. A autoridade informou que o professor de educação física, além de ser suspeito de ser o mandante do crime, também estava intimidando algumas testemunhas.

“Apuramos que ele questionava as testemunhas que haviam sido ouvidas pela polícia, querendo saber o teor dos depoimentos. Também recebemos informação de que ele tentava silenciar as demais que ainda seriam ouvidas, através de ameaças veladas”, contou o delegado. Outras pessoas também se encontram envolvidas no crime, conforme a polícia.

L.C.P. passou a noite no Setor de Carceragem da Polícia Civil de Rio Claro, onde deverá permanecer por 30 dias, que é quando expira o prazo de sua prisão temporária. Ele deverá ser ouvido a partir das 10 horas desta quinta-feira pelo delegado Marcos Garcia Fuentes, que preside o inquérito policial.

Marcos Fuentes, que também participou da coletiva à imprensa, observou que a tese de crime político fica cada vez mais evidente.

“Com a prisão desse suspeito e com as informações que recebemos até o momento, tudo nos leva a crer que esse é um crime político. Mas vale ressaltar que as investigações ainda não foram concluídas e, portanto, ainda não podemos afirmar se esse assassinato tem alguma motivação política”, pontua o delegado. O suspeito, que estava acompanhado de seu advogado de defesa, não quis falar com a imprensa.

Nalin, além de vereador, também era escrivão de polícia. Na ocasião do assassinato, a própria polícia tinha descartado a possibilidade de sua morte ter qualquer ligação com a sua profissão.

Nalin foi atingido por pelo menos sete tiros, enquanto estava na sala de sua casa, ao lado da esposa, assistindo a televisão. Dois homens chegaram de moto, invadiram a casa e, sem falar nada, efetuaram os disparos. Os assassinos, que estavam com capacete, fugiram e até momento não foram presos. A morte de Nalin teve repercussão nacional e deixou o clima em Analândia bastante pesado.

Dias depois do crime, marginais, que também não foram identificados, lançaram uma bomba contra o prédio da Casa da Agricultura de Analândia. O ex-presidente da Câmara, Leandro Santarpio trabalhava no local e ficou apavorado. Após esse atentado, Santarpio renunciou ao cargo de presidente da Câmara e de vereador. Ele alegou que vinha sofrendo ameaças. “Pelo bem da minha família e pela minha segurança, resolvi renunciar”, disse ele naquela ocasião.

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