Só pesquisas podem medir com alguma chance de precisão se um episódio como o da quebra reiterada de sigilo fiscal nas dependências da Receita Federal mexe com a sensibilidade do eleitorado ao ponto de fazer da preservação do Estado de Direito um dos fatores para definição de voto.
A primeira impressão é a de que não influi. Isso com base no peso que a população tem dado a questões como valores e princípios.
A ética foi enterrada como indigente. Em silêncio, sem choro nem vela e à grande maioria pouco se lhe dá se o Estado aumenta seu poder discricionário, invade privacidade, agride a Constituição, barbariza com o patrimônio público, usa, abusa e ainda sai dizendo que o que vem debaixo não o atinge.
Distorce a verdade para fazer o papel de vítima sabendo-se na condição de algoz.
Permite que o ministro da Fazenda assuma como normal a insegurança dos dados do contribuinte e, se alguém diz que isso é crime de responsabilidade, acusa “golpe eleitoral”.
Enquanto isso os mais pobres se alegram em poder comprar, atribuindo a bonança à ação de um homem sem compreender que é resultado de um processo; os mais ricos não querem outra vida; os mais retrógrados nunca tiveram tanto cartaz; os mais à esquerda não perdem a esperança de vir a ter; os mais conscientes percebem algo fora do lugar, mas preferem se irritar porque não têm ao seu lado também um líder carismático e sem pudor.
Em um cenário assim desenhado, convenhamos, os valores que estão em jogo soam difusos para o grosso do eleitorado: os deveres do Estado e os direitos do cidadão.
Neste Brasil de tantas necessidades é provável que, se for posto na balança de um lado o crédito farto e de outro a liberdade parca, o prato penda a favor do consumo largo.
É um debate difícil de ser feito. Quase impossível em períodos eleitorais porque sempre haverá por parte dos acusados a alegação de que são injustamente atacados por adversários “desesperados”, enquanto a essência da questão se perde: a invasão do espaço institucional por tropas de ocupação com interesses específicos. Ideológicos, fisiológicos ou simplesmente corruptos.
Sob a indiferença das vanguardas (onde?) e deixadas à mercê do poder da propaganda, as pessoas não conseguem ter a dimensão da gravidade.
Não atentam para o seguinte: o Estado que deixa sigilo ser quebrado, não se incomoda com propriedades privadas invadidas e insiste no controle dos meios de comunicação amanhã ou depois pode querer reduzir a liberdade alegando agir em prol do povo e do patriotismo como fator indispensável ao triunfo do Brasil.
Por isso é improvável que haja repercussão eleitoral. Se houver, terá sido por causa dos tropeções e das contradições do governo.
A naturalidade do ministro da Fazenda ao dizer que as informações do contribuinte não são invioláveis é tão escandalosa quanto a quebra de sigilo.
Nesse caso a urgência fez a imprudência. No afã de afastar de Dilma Rousseff as suspeitas de uso político da máquina pública, Guido Mantega informa ao público pagante que a Receita Federal e a casa da mãe joana são ambientes similares.
Uma confissão de incapacidade de prestar o serviço contratado pelo cidadão e a impossibilidade de cumprir a lei que se impõe a todos.
É a rendição do Estado à ação do crime.
A propósito, se era para dizer uma estultice dessa envergadura o ministro da Fazenda estava mais bem posicionado em sua omissão diante dos fatos.
O Estado de S.Paulo. Domingo, 05 de Setembro de 2010 00:00
Dora Kramer - 05/09/2010
Mas a gente tem um prefeito?
ResponderExcluirEM CASCÁVEL OUTRO ESTADO Á POLICIA FEDERAL DEPOIS DE UMAS ESCUTAS E FILMAGEM FEZ UMA DEVASSA FORAM PRESOS O PREFEITO O VICE PREFEITO OS VEREADORES DE BASE DE BASE , SECRETÁRIOS , O ACESSOR E FUNCIONÁRIOS QUE REALIZAVAM A FAMOSA LICITAÇÃO FAGUTA ...GARANTO E SEI QUE DEUS FARÁ O MESMO AQUI QUEM SABE ISSO É UMA PROVA QUE A LEI EXISTE EM SRA. ACESSORA...AGUARDEM....
ResponderExcluirENCOTREI O ACESOR EM UMA CIDADE DA REGIÃO, MAL SABE ELE QUE FIQUEI A ESPERA DA SUA RETIRADA COM BEIJINHOS E ABRAÇOS COM OS MORADORES, TIVE A PACIÊNCIA DE AGUADAR A SUA SAÍDA, COMO NÃO QUERENDO NADA BATI NA MESMA CASA E PERGUNTEI POR ELES, A SRA. FALOU QUE JÁ HAVIA IDO EM OUTROS ELEITORES DA CIDADE, MAS FALOU DO PEDIDO DE VOTO AOS DOIS DEPUTADOS E GARANTIU O REENBOLÇO DA VIAJEM, PERGUTEI QUAL ESCOLA QUE VOTAM, SEI QUE SÃO FANTAMAS..FANTASMA..VOU ESPERAR A ELEIÇÃO COM MINHA MÁQUINA FOTOGRAFIA E LEVAREI NO LOCAL DE VOTAÇÃO, VOU ARRUMAR TESTEMUNHAS ESPEREM ELES CONCORDARAM EM COLABORAR, FIQUE ATENTO ACESOR A HORA ESTÁ CHEGANDO....BEIJINHOS NA HORA H FICARÁ CACANDO..
ResponderExcluirBerê diz....
ResponderExcluirAs eleições estão chegando e vamos juntos votar contra, É ISSO MESMO , NÃO VAMOS VOTAR EM LOBE NETO, ALDO DEMARCHI E LINCON MAGALHÃES ESSES SÃO OS INDIVIDUOS AJUDARAM NOSSA CIDADE FICAR TÃO INSUSTENTÁVEL COMO AGORA.
Não acreditem mais nesses nomes..
Não vamos votar neles pelo AMOR DE DEUS.
Digam não a esses tres nomes, assim A FORÇA DO ATUAL ASSESSOR VAI DESPENCAR...
A BERÊ TEM MUITA RAZÃO NÃO A CONHEÇO PESSOALMENTE, MAS ISSO NÃO VEM AO CASO, VAMOS FALAR COM OS NOSSOS VIZINHOS, AMIGOS ,PARENTES,ATÉ QUEM CONHECE OS FANTASMAS SEI QUE VÁRIOS ACEITRAM PELO BELO TROFÉU O TERRENO DOS FANTASMAS ELES FORAM ENGUANADOS A HORA É ESSA, VAMOS TRABALHAR A UNIÃO FAZ A FORÇA, NADA É IMBATÍVEL, DIZ MEU VELHO PAI ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA.
ResponderExcluirO texto escrito por DORA KRAMER é claro e nos remete a reflexões importantes. Quando ela se refere a VALORES E PRINCIPIOS fico pensando se eles ainda existem.E se existem ate que ponto são praticados? Quando o tema é CHEGAR AO PODER os meios justificam os fins a qq preço.Subornar, roubar mentir,difamar.... vale tudo!!! E fico pensando....o exemplo está, mais uma vez, vindo "de cima", do governo , de Brasilia.Provavelmente ele" não viu" e "não sabe de nada".Estamos cobrando, e muito justamente, valores e principios de nossos representantes municipais.E vamos cobrar cada vez mais.E dos outros representantes não cobramos? Por que? Estarão estes acima do bem e do mal? Eu estou entre aqueles que Dora diz que se sentem indignados.... e a minha indignação tem repercussão no VOTO.A "rendição do Estado á ação do crime" segundo DORA é preocupante e estarrecedora!!! O Estado compactuando com o crime significa o FIM DO ESTADO DE DIREITO... PODE TUDO!!!! Se não temos como mudar podemos pelo menos nos revoltar atraves do VOTO.Por isso o VOTO é considerado a arma mais forte que nós, POVO, temos nas nossas mãos.Parodiando DORA AS FAVAS os POLITICOS truculentos que solapam o ESTADO DE DIREITO... AS FAVAS os politicos que debocham do POVO dizendo que " eu não sei de nada", "eu não fui", e tantas outras desculpas esfarrapadas. AS FAVAS TODOS ELES... DE UMA SO VEZ!!!! PARABENS E OBRIGADO DORA por nos brindar com uma materia que toca nas chagas de nossa cultura politica corrupta,desonesta e covarde!!!!!
ResponderExcluir